A reação do RH a Reforma Trabalhista
A Reforma Trabalhista está em vigor desde novembro de 2017, mas o processo ainda é de adaptação. Além de obviamente impactar a vida de milhões de trabalhadores brasileiros, a nova lei tem impactos significativos para o RH. Exemplos como a proibição de salários maiores para quem tem performance superior (isonomia), pedidos de demissão com pagamento de metade do valor da multa e do aviso prévio, e saque de até 80% do FGTS e férias divididas em até três vezes são algumas situações incluídas na nova CLT. O que essas e todas as mudanças têm em comum? Exigem adequação dos Recursos Humanos.
Junto às questões práticas e processuais, o RH também passa por uma mudança de mindset. Mesmo antes da reforma, os profissionais de Gestão de Pessoas já viviam um momento de transformação. Nos últimos anos, a transição de uma postura operacional para um viés cada vez mais estratégico tem sido contundente. Inclusive, já abordamos a proximidade entre Reforma Trabalhista e Transformação de Negócios aqui no blog.
Abrindo a ótica para o contexto paralelo à Reforma Trabalhista, os impactos são acumulados e ampliados pela conjuntura dos negócios. As empresas, em geral, estão sendo transformadas pelo avanço da tecnologia, mudanças comportamentais das novas gerações e hipercompetitividade dos mercados. No epicentro dos impactos, capital humano desponta com um dos principais ativos do universo corporativo atual e futuro. Somar a tudo isso mudanças legislativas e a inquietação por conta de outra Reforma, a Previdenciária, possibilita uma visão um pouco mais completa sobre a evolução da complexidade das rotinas do RH.
Reforma Trabalhista: projeção de impactos.
Alguns impactos da Reforma Trabalhista no RH estão sendo sentidos aos poucos, mas as projeções são de crescimento. Segundo o TST (Tribunal Superior do Trabalho), a quantidade de novos processos trabalhistas teve um pico em novembro de 2017. Ou seja, pouco antes do vigor da lei. Visivelmente, uma corrida para evitar as novas condições. Ainda segundo o TST, antes eram registrados mais de 200 mil processos por mês, com picos de mais de 250 mil em alguns momentos. Após a lei, o patamar de 200 mil não voltou a ser alcançado. Os números acima indicam uma redução no número de processos trabalhistas. Junto a isso, advogados e OAB acreditam em mais queda. Os motivos apontados são diversos, como: aumento de acordos extrajudiciais, desistência por receio de custos e período de habituação à nova lei etc. Outro impacto que deverá ser ampliado nos próximos anos é a adesão aos novos modelos de contratação, que flexibilizam as relações de trabalho, como explicamos aqui. Apesar de ainda utilizá-los com timidez, a tendência é de aumento no futuro, até pelo reforço de outras transformações, como questões de mobilidade e mentalidade flexível.
Frente a tudo isso, o RH tem muitas informações para dominar e muitas transições para conduzir. Aliás, como a área é responsável por intermediar relações, há o peso de sanar dúvidas de colaboradores, parceiros, líderes e dos próprios profissionais da equipe de Gestão de Pessoas. Portanto, preparação e suporte adequados são duas estratégias indispensáveis para lidar com todos estes impactos e fazer com que eles sejam transformados em resultados, ganhos de performance e avanços positivos.
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